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Bicicletada de aniversário de 6 anos

Sexta-feira, dia feliz por natureza… dia de bicicletada, melhor ainda! E aniversário da Bicicletada então, nem se fala… e com bonde saindo pra Curitiba então, melhor impossível 🙂

Foi uma das maiores, se não a maior Bicicletada de São Paulo até hoje. Tinha fácil mais de 300 pessoas lá. E várias novidades, como as faixas pra contenção de carros e a inauguração da tão aguardada bicicleta sonora.

Antes do pedal, teve parabéns pra você, bexiguinhas e tudo o mais… muita gente nova, crianças, cachorros! Teve até um discurso rápido da Soninha, que foi pedalar com a gente e convocou os ciclistas a lhe acompanharem quinta até a Band, onde iria ocorrer o debate dos candidatos à prefeitura.

Na hora de escolher o trajeto, foi votado um com várias subidas, mas que permitira que passássemos na frente do prédio do médico pneumologista que foi impedido de estacionar sua bicicleta em seu apartamento. E lá fomos nós… mais de 300 bicicletas “buzinando”, batendo palmas e cantando na frente do prédio, chamando a síndica… “libera a bicicleta! Libera a bicicleta!” Uma cena realmente emocionante. E a síndica apareceu, conversou com a gente… e tivemos a notícia que o médico conseguiu uma audiência com ela e que os moradores estão do lado dele! Mais uma vitória da bicicleta 🙂

Depois disso, fomos até a Sé, onde já virou tradição darmos a volta de bike no marco zero e fazermos massa crítica nas escadarias da catedral. Ver essa cena se repetir com tantas pessoas fica ainda mais bonito de se ver, especialmente ao som de “Invasão das Bicicletas” do grande Plá!

No geral, o percurso, com o número de participantes que tivemos, foi bem tranquilo. Tivemos uns probleminhas, como carros tentando atropelar a massa, gente com problemas nas bikes, pessoas que ficaram pra trás nas subidas, mas no geral, a massa se comportou muito bem, todos empenhados em mantê-la unida, se prontificando a segurar os carros nos cruzamentos, a segurar as faixas… uma grande família.

Na volta, boa parte do pessoal foi embora e alguns ficaram… comeram a torta de banana da Evelyn e cinco pizzas. E logo depois, chega o bumba… quem vai pra Curitiba? Matéria para o próximo post 😀

Pedal de quinta-feira, pré-Bicicletada

Mais uma semana com a galera ativíssima, querendo pedalar todos os dias. Fiquei vários dias sem ir (morar em São Bernardo e cheio de trabalho atrasado não ajuda muito 😦 ). Daí na quinta, o pessoal além de querer pedalar, ia pegar a Juliana, de Floripa, que ia pra Bicicletada e pra Curitiba com a gente. Ela ia desembarcar no Tietê. Aproveitando a deixa, eu ia pegar emprestado com o Toni a bicicleta dobrável dele, pra ir fazendo meu test-drive, já que estou querendo comprar uma pra mim. E era uma boa oportunidade pra levar pra SP as faixas que eu mandei fazer, porque no dia, de bike, ia ficar complicado de carregar.

Encontrei com ele à noite no metrô, onde ele me ensinou a dobrar e carregar a bichinha. Mas mesmo sendo dobrável, que peso! Carregar as faixas em uma mão e a bike na outra subindo as escadas não foi tarefa das mais fáceis…

Acabei desistindo e a Evelyn me encontrou no caminho. Ela me ajudou a carregar as faixas e eu montei a bike de novo e fui empurrando, até a casa dela. De lá, ela pegou a bike dela e fomos pedalando até a casa do Daniel Haase, na Vl. Mariana, onde a galera já estava esperando a gente.

Chegando lá, vimos a bike de som prontinha, funcionando… tava muito, muito legal! E ainda conhecemos a “oficina de arte” dele, onde ele faz seus stencils, suas camisetas, bandeirinhas… todos ficaram maravilhados e quiseram também fazer algumas bandeiras 😀

Enquanto isso, tentávamos falar com a Ju, mas nada… daí conseguimos falar com o Thiago, que já estava com ela na casa dele. Daí saímos pra buscá-la pra uma pedalada rápida, pra ela ir se acostumando com os terrenos de São Paulo… 😀

Lá, finalmente o vimos novamente, já que ele tinha ficado um tempão fora do Brasil. Ele emprestou uma bike pra Ju e saímos de lá, em direção à frutaria. No caminho, um monte de gente já tinha ido embora, então não eramos muitos… paramos na praça do ciclista pra acompanhar as obras. Será que ficaria pronto até o dia seguinte, dia da Bicicletada? Uma coisa que preocupava era as muretas que separavam a praça da pista lá embaixo… como a calçada subiu muito, a mureta tava muito baixa e perigosa.

Saímos de lá, mas no meio do caminho, a galera se separou de novo. Como já tava meio tarde e todos trabalhavam de manhã, o pessoal não quis arriscar de ficar sonolento na bicicletada e cada um seguiu seu caminho… 🙂

Desabafo caoticamente inspirado


Por XuPaKaVrAz

Acho que o melhor destino do automóvel é ser um táxi, ambulância, viatura.

Talvez, nos primórdios, tinha-se o conceito de carro familiar (no sentido
Italiano da palavra família), por exemplo vários irmãos emancipados e
eventualmente casados revezam com seus pais a utilização de um único
automotor, assim o uso deste teria de ser justificado. O problema é que hoje
em dia a família grande unida tornou-se uma coisa tão rara de se encontrar.

As famílias se esmigalham, os irmãos não se conhecem mais, visitar os pais é
fato bimensal.

Eis o cerne do Apocalipse Motorizado, cada partícula desta ex-família visa
ter um automotor próprio. Uma vez adquirido, por comodismo, falta de
iniciativa, e mesmo para justificar o gasto absurdo que representa, acaba
utilizando-o para tudo.

O comércio local se esmigalha, farmácias, açougues e até varejões são
absorvidos por grandes centros de compras com acessos dedicados aos carros
individuais.

A cidade se esmigalha, o local de trabalho é longínquo, a balada onde o
diabo perdeu as botas, os vizinhos, quem são eles? nem os conhece!
Desfigurada, a cidade é uma ameaça, onde uma cápsula isolante e brutalmente
ineficiente é aparentemente obrigatória.

Ineficiente porque o peso do transporte é maior do que os transportados,
ineficiente porque o desperdício de energia em forma de calor é absurdo,
ineficiente porque gera movimentos parasitas atrelados à trepidação,
ineficiente porque seu ciclo de produção é insustentável, ineficiente porque
suas flatulências estão acabando com o mundo como o conhecemos.

O cenário está montado então para a proliferação das bundas motorizadas,
nádegas aparentemente normais que recusam-se dogmâticamente à utilização da
própria musculatura para locomoção.

Assim, a pessoa não conhece mais a familia, nunca conheceu os vizinhos, seus
companheiros de trabalho são rivais aos que precisa derrotar, seus amigos
são sombras que surgem na internet ou nas baladas quando os sentidos estão
embotados pelo álcool.
E a vida passa…

Quando seja tarde demais, o vento carregará para longe as partículas de
fuligem, e as carcaças do animal que achavamos fosse racional, ressecadas ao
sol, servirão de sustento a seres primitivos que poderão, simplesmente,
viver em paz.

Quanto a andar de Quatro e andar de Duas, prefiro de Duas.
Aquilo de andar de Quatro não é comigo.
Andar de Quatro é submissão.
Andar de Quatro é involução.

Desculpem aí, estava, caóticamente, inspirado.

Abraços aos seres que mesmo respirando fuligem, pedalam por um futuro
melhor.

XPK. EU sou o motor.

A melhor matéria sobre o WNBR

Como muitos de vocês devem saber, em 15/07/2008, rolou na Av. Paulista a primeira edição brasileira do World Naked Bike Ride.

Aquele passeio com um monte de ciclista pelado??? – Sim, esse.

Para os que pensam dessa forma, recomendo os vídeos abaixo , que são da matéria que a Renata Falzoni fez para o seu programa na ESPN Brasil. É, de longe, a melhor matéria já veículada sobre o que realmente foi e o que aconteceu naquela tarde na paulista. Obrigatório.

Parte 1

Parte 2

Faixas para a Bicicletada

Essa semana, eu desenhei algumas idéias de faixas para segurarmos durante a Bicicletada.

A idéia é que as faixas ajudem a conscientizar a quem ver (pedestres e motoristas), além de divulgar a causa e a própria Bicicletada. Além disso, é algo extremamente importante para o corking (quando alguns ciclistas seguram o cruzamento de carros para o resto da massa crítica passar), de modo que o motorista entenda o que está acontecendo, além de ter uma leiturazinha para se distrair e adquirir conhecimento 🙂

Aqui estão os rascunhos:

Clique para aumentar

Gostaria de saber a opinião de vocês! Por favor, escrevam o que vocês acham (sugestões, idéias) e diga quais você gostou, para que possamos terminar isso e mandar fazer e já usarmos nessa Bicicletada de sexta 🙂

Update: Apenas explicando um pouco a terceira faixa, já que deu uma polêmica com algumas pessoas. A idéia não é incentivar o consumo de álcool e usar a bike. A idéia é apenas, de uma forma bem humorada, chamar a atenção do motorista para uma vantagem clara da bicicleta em cima de uma situação atual, a lei seca, que é um assunto corriqueiro hoje em dia.

Além disso, é uma forma de o motorista bater o olho, dar risada e sentir um pouco de simpatia por essas pessoas por trás da faixa, sem vê-los como inimigos. Se conseguirmos fazer um rosto escondido atrás de um para-brisas sorrir, é meia batalha vencida e abrimos o caminho para poder explicar nossa real causa, sem bater de frente.

Bicicletada de julho – 6 anos de massa crítica em SP

luna rosa sobre terceiros e dom�nio público

arte: luna rosa sobre terceiros e domínio público

A última sexta-feira do mês está chegando…

Pedalantes estão ansiosos para essa edição especial da BICICLETADA, que comemora 6 anos. A Massa Crítica paulistana mais uma vez se reúne para pedalar, e pedalando, mostra do que é feita uma cidade mais humana.

Porque as ruas são para as pessoas, porque o espaço é publico, porque essa cidade precisa nos ter mais respeito. Então, todos estão convidados para essa data especial!!! Para participar, só é preciso aparecer, munido de qualquer meio de transporte não motorizado, valendo até os seus próprios pés!!

Não tem bicicleta ou não sabe pedalar? Sem problemas. Apareça o quanto antes na praça e veja como fazer para pegar uma bicicleta emprestada.

A concentração se inicia às 18:00hs. Às 20:00hs começa o pedal lúdico-educativo. Pedalamos em ritmo leve, ninguém fica para trás. O ritmo da Bicicletada é o ritmo das pessoas da Bicicletada. É um espaço para convivermos. Portanto, por aqui aparecem pessoas de todos os tipos e idades.

Esse mês haverá uma integração maior com a Bicicletada de Curitiba. Fretamos um ‘bonde’ que sairá da Praça ao final da Bicicletada de São Paulo e iremos pedalar em Curitiba, fazendo parte da Massa Crítica Curitibana, que acontecerá na manhã de sábado. Á noite, pretendemos celebrar esse momento com os curitibanos, e na manhã de Domingo, certos ciclistas aventureiros descerão a Serra da Graciosa, para aquecer os corações cheios de vontade de viver.

Então…. na sexta-feira, dia 25/07…
Vamos fazer a nossa bagunça pra comemorar essa data tão especial. O clima é de aniversário, haverá som, bolo, comes e bebes, etc. Por isso, pode vir à caráter, ou como desejar.

Em caso de chuva, o evento está automaticamente CONFIRMADO, já que não somos feitos de açúcar, apesar de termos muito mel.

::. Bicicletada .::. Massa Crítica em São Paulo .::.
:. sexta-feira (25/07)
:. concentração lúdico-educativa: 18h
:. Massa Crítica para humanizar o trânsito: 20h00

Local: Praça do Ciclista (ou arredores, dependendo do estado da praça que está em obras): av. Paulista, alt. do 2440

::. dicas e referências .::.
.::. panfletos e cartazes para divulgação: http://tinyurl.com/37cjle
:. sobre a Praça do Ciclista: http://tinyurl.com/2j28sc
:. relatos e fotos de edições anteriores: http://tinyurl.com/ypsgr2
: . : . : . Site: http://www.bicicletada.org
: . : . : . lista de discussão (cadastramento): bicicletada-sp-subscribe@lists.riseup.net
: . : . : . bate-papo: canal #bicicletada no irc.indymedia.org (para quem usa IRC) ou http://chat.indymedia.org (no navegador)
: . : . : . massa crítica – wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Massa_Cr%C3%ADtica
: . : . : . comunidade no orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=33384635

Texto: Chantal

Bicibrejada (ou bicicletada etílica)

Juro que dessa vez, vou tentar fazer um relato curto 🙂

Sexta à noite, dia de bicibrejada! A galera ia se encontrar na praça do ciclista e, de lá, sair pra um bar da Vila Madalena.

Reunião na praça

Reunião na praça

Vim pedalando de São Bernardo, pelo Zoologico… como de costume, atrasei um pouco e fiz a galera me esperar (sou tão querido!). Chegando lá, quase todos esperando ansiosamente para irmos, principalmente o Joaquim, o “filho” do Luciano e novo mascote da Bicicletada.

Joaquim em seu táxi

Na ida, foram chegando mais gente e o pessoal foi se animando. No meu caso, me animei tanto que dei de cara no chão! Na Regbouças, meu freio travou e voei pra frente, caindo com tudo. Ainda bem que não quebrei nada, só uns raladinhos. O capacete, as luvas e a jaqueta seguraram a bronca. De resto… quebrei meu retrovisor 😦 Tá bem ruim de pedalar sem ele.

A prova do crime

A prova do crime

Passado o susto, vambora! Fomos pra região dos bares primeiro pra pegar a Ju e… passamos por lá e esquecemos dela! Não tem problema, depois ela nos alcançou. Passando pela frente de vários bares, todo mundo nas ruas rindo e comentando. Afinal, de bicicleta, não tem bafômetro!

Logo após, pegamos uma subidinha de 50 metros de altura onde eu, a cada pedalava, puxava a bike pra trás quase empinando. Depois de chegarmos lá em cima mas ainda vivos, chegamos ao nosso destino, o Sasha’s bar. Destino atingido, é hora de deixarmos as bikes na frente. Encostamos uma bike na outra e entramos (ah, se em todo lugar fôsse fácil assim…).

Bikes devidamente estacionadas

Bikes devidamente estacionadas

Já acomodados, já começam a chegar os baldes de cerveja e a galera animadíssima, dando risada a toda hora. E o André, como sempre, comendo quase toda a comida. A gente ainda dividiu a conta com ele, saímos no prejuízo hahaha

Pessoal se divertindo no bar

Depois de um tempo, chegaram mais gente e o papo ia rolando solto, com álcool na cabeça fica mais fácil ainda de fazer certos comentários, então começamos a presenciar cenas hilárias (todas devidamente fotografadas ou filmadas – vejam no álbum no final do post) e deu-se início a uma sessão de massagem também. Todo mundo queria massagear todo mundo (das mulheres, pelo menos). Já mais tarde, a galera ainda panfletou um pouco dentro do bar. Tinha até um cara que reconheceu um dos nossos, que tinha sido preso por pedalar pelado…

Ainda rolou panfletagem

Ainda rolou panfletagem

No fim, saímos de lá alegres (nos dois sentidos) e ainda queríamos mais! Fomos pedalando (ou cambaleando) por aí e fazendo a alegria dos que saíam e chegavam nas baladas. Até fomos entrevistados pela Rede TV, berrando “Eu tô bêbado! Quem vai me multar agora??”

Daí, a gente decidiu ir pra Moema, pois tinha uma festa de um amigo da Lilia lá. Fomos embora pra lá. No caminho, surgiu o primeiro casalzinho da Bicicletada! Fomos subindo a Teodoro, deixamos a Evelyn em casa. E quando todos já iam embora de novo, dei um jeitinho de convencer ela de ir com a gente… 🙂

Como crianças depois de tomarem uma caixa de yakult, íamos descendo a Paulista em direção a Moema, dando bom dia a todos os trabalhadores que estavam no nosso caminho. Deram bom dia até mesmo pra um sujeito que estava sendo algemado pela polícia. É o espírito da Bicicletada!

Bebendo nas ruas de Moema

Bebendo nas ruas de Moema

Já perto de Moema, a Lilia descobriu que não sabia onde era a festa e não tinha o endereço! Como ela não conseguiu falar com o amigo, paramos num Pão de Açúcar, abastecemos o estoque de vinho e cervejas e fomos pra Pça. Nsa. Sra. Aparecida, onde ficamos sentados bebendo e gritando, não antes de ficarmos girando pela rotatória, bebendo e cantando. E, pra variar, lá vem a polícia falar com a gente. Dessa vez foi sossegado, só avisaram que “alguém” (a mãe de um dos nossos, provavelmente) ligou pedindo pra fazer menos barulho. Foram legais, até oferecemos uma cervejinha.

Depois do descanso, fomos pro apê do Marcelo, lá perto. Como se já não bastasse, ainda ficamos todo mundo presos no elevador. Depois de várias horas (que drama hehe), saímos no mesmo andar e fomos subindo as infinitas escadas até o tal apartamento. E que apê, muito legal lá. A galera já foi se jogando no chão, comendo Bon Gouter e bebendo vinho. E as massagens continuavam, por todo lugar. Algumas pessoas iam, outras ficavam… e assim foi! 😀

Oito bêbados presos no elevador

Oito bêbados presos no elevador

Bom galera, tentei fazer algo curtinho, mas não dava pra ser menor do que isso, porque quem foi sabe que isso não resume ainda nem um porcento de como foi tudo demais. Talvez, o melhor evento da Bicicletada dos que eu fui, até agora. Passar tempo com esse pessoal é aprender a viver cada segundo como nunca.

(Olhem como o André ficou…)

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Pedal do feriado – Horto florestal

Galera no Horto

Galera no Horto

Depois do prólogo da Bicicletada Interplanetária, como disse a Aninha, parece que o bichinho da bike mordeu a galera. Agora, todo dia todo mundo quer pedalar!

Teve passeio na segunda, na terça… e ontem, quarta-feira, a gente decidiu fazer um prólogo do Tour de SP. A gente faria um passeio pela cidade, conhecendo o que tinha de bom em opção de lazer.

A galera se encontrou na Praça do Ciclista às 9hs, e eu saí umas 7 e pouco de casa, em São Bernardo para ir para lá. Minha bike ainda estava sem o freio dianteiro que deu problema na volta do rolê em Santos e o Márcio e o Daniel iam dar uma olhada nele para mim, se eu chegasse vivo.

Dessa vez, ao invés de acabar com meu joelho subindo a Vergueiro, decidi ir de trem e metrô. Nunca tinha ido de bike até lá, então vambora!

Pedalei 11km até São Caetano e peguei o trem lá. Desci na Luz e peguei o metrô até a Paraíso e de lá fiz a baldeação. Já eram 9h30 e a Aninha me liga perguntando se eu ia ou não (!!) Calma, muié! Tô chegando. Lembrei que a escadaria da Consolação era ENORME pra carregar minha bike pesadona, então subi na Brigadeiro mesmo… não tinha ninguém vendo, então fui de escada rolante! Ê, maravilha! Porque proíbem de subir com a bike lá? Ninguém reclamou, não botei a vida de ninguém em risco… ok, sem freio dianteiro, era mais fácil dela despencar, mas não aconteceu, então tá tudo bem.

Na Paulista, enquanto eu ia pra praça, ainda levei uma fechada no farol e freei só com o traseiro, a bike deslizou e entrei na bunda do infeliz… nada demais, mas o cara mereceu.

E cheguei! A galera já impaciente, todo mundo desanimado pela espera… mas foi só o pessoal me ver que se animou de novo! O Márcio já chegou metendo a mão na minha bike, caridoso como ele é, ele não consegue ver uma bike zoada que já vai arrumar. O Daniel também foi dar uma força… e deixaram meu freio novinho. Valeu vocês dois, tô devendo uma. Aproveitei pra tirar umas fotos com minha super hiper mega câmera nova… e a galera gostou dela, pelo jeito! hehe

Infelizmente a Polly, que tava lá, não pode seguir com a gente. Daí fômos embora, rumo à zona norte, o Horto Florestal! Logo depois de passarmos pelo Tietê, paramos numa pracinha do retorno pra esperar o Cuevas que ia nos encontrar. Mais um pit stop rapidinho e mais fotos. Tô gostando da minha câmera nova, galera!

Chegou o Cuevas! Agora vambora… seguimos em frente, pegamos uma marginalzinha e fomos pedalando, pedalando… depois de um tempinho pedalando, pegamos umas quebradas, umas subidinhas e chegamos ao famoso Horto.

Deixamos a bike no bicicletário, fômos no banheiro (A Ju deve ter dado aleluia, ela é a srta. banheiro – E o Marcio ficou acanhado com tantas pessoas e ele nem se limpou na pia dessa vez) e começamos o passeio. O lugar é muito bonito, várias famílias curtindo por lá. Ver tanta criança brincando mexeu com o coração dos nossos e o Felipe e a Aninha não se contiveram em ver tanta alegria e despertaram a criança interna deles.

As crianças brincando

Lindo ver as crianças brincando 🙂

A fome ia apertando, então a galera apertou o passo também. Passamos pela lagoa, cheia de vitórias-régias lindas, patos, cisnes… tinha até capivaras dormindo às margens! Capivaras adultas com seus filhotinhos… muito fofos.

Na volta ao bicicletário, a galera começa a petiscar umas barrinhas… a Ju, como sempre, leva sua tupperware cheia de damascos, amendoins, castanhas, etc. Pra quê? Foi só ela me oferecer que bati nela e derrubei tudo no chão! 😦 Desculpa, Ju! Foi muito sem querer. Mas depois o pessoal começou a derrubar as barrinhas também, então deu pra ver que a culpa não foi minha rs. O problema foi que todos já tinham saído e estavam me esperando tirar a bike e eu tinha perdido o cadeado do baú. Fiquei uns 10 minutos procurando, ao som das buzinas e sininhos das bicicletas dos aflitos. Daí finalmente achei e continuamos nossa busca a uma churrascaria, mas infelizmente, a galera decidiu comer pães com frios na casa do Cuevas.

A idéia inicial era irmos a Interlagos ver a prova 9 de julho e prestigiar o Mig, o Salada e o André Leme, mas seria uma longa jornada, e o número de trens que teríamos de pegar em 12 pessoas (três viagens) inviabilizou tudo.

Paramos num mercadinho que tinha uma fonte, uma pequena correnteza do lado… fomos todos felizes para ver a água e puf, impregnou aquele mal cheiro. Mais um riozinho usado como esgoto, cheio de lixo lá embaixo… ah, que raiva do homem!!!

A fonte (ou esgoto) de São Pedro

A fonte (ou esgoto) de São Pedro

Compramos umas comidinhas, bebidinhas e seguimos pro apê do Cuevas. Chegando lá, estacionamos as bikes lá embaixo e subimos pro apê. Já fomos recepcionados por 3 bikes penduradas na parede! A mulher dele é muito simpática e nos deixou bem à vontade, e o filhão dele, o Gabriel, fez a alegria da moçada. Ê molecão batuta!!!

Já fômos atacando os lanches e as bebidas… o corpo pedia! Enquanto isso, a galera só dando risada por lá e descansando um pouco.

Desjejum dos campeões!

Desjejum dos campeões!

Depois, foi hora de darmos tchau e seguirmos em frente… chegamos ao metrô Parada Inglesa e fui ludibriado pelo pessoal, que disse que não iam fazer mais nada e iam embora. Eu queria pedalar mais com eles, mas como todos disseram que não iam fazer mais nada, decidi pegar o metrô com a Ju e o Bruno pra ir embora, pra depois descobrir que a galera ainda pedalou mais e teve aula de como entender uma mulher, pela Aninha. Ah, que raiva! hehehe

Bom, é isso, galera… esse foi o passeio de ontem. Agora, estou botando o trabalho e as coisas em ordem para eu poder estar presente na bicibrejada de amanhã. Mais uma vez, agradeço a todos pela excelente companhia, pedalar na companhia de vocês é sempre o maior prazer. Valeu!!!

Despedindo-me do pessoal

Despedindo-me do pessoal

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Bicicletada Interplanetária – Prólogo

Galera no primeiro pit stop, em São Paulo
Galera no primeiro pit stop, em São Paulo – Foto: Aninha

Além da tradicional Bicicletada paulista que ocorre toda última sexta-feira do mês na Praça do Ciclista, está sendo organizado também a Bicicletada Interplanetária.

A idéia veio da Ciemmona (Massa Crítica Interplanetária), que ocorre em Roma todo ano quando os ciclistas deixam a capital até chegarem ao litoral.

A idéia de São Paulo é, basicamente, fazer a massa crítica pedalar todo o caminho da Praça do Ciclista até a praia. Ou seja, a galera vai sair da Av. Paulista até chegar em Santos.

A Bicicletada Interplanetária está prevista para ocorrer no dia 6 de dezembro e é aberta a todo ser humano que queira escapar um pouco das jaulas de metal conhecida como carros e do estresse de uma cidade que esqueceu o que é viver e ser um pouco humana. E para provar isso, além de garantir a viabilidade do evento, no último sábado, 5 de julho, eu e mais doze loucos (pela vida) decidimos fazer o trajeto. Seria um prólogo do que imaginamos que será um dos eventos mais maravilhosos que o país irá ver, com centenas de pessoas tomando as estradas rumo ao litoral.

Segue abaixo o relato que escrevi na lista Bicicletada:

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Imigrantes, rumo a Santos! Foto: ciclobr

“Foi um dia fora do comum mesmo, fazer uma aventura dessa com a companhia que tive foi uma das melhores coisas que já fiz na vida. Nem mesmo o fato de eu ter ficado 30hs acordado e dormido 2hs para o passeio me tirou o pique e, 100km depois, à noite, ainda estou com disposição para mais!

Às 7 da manhã, encontrei parte do camburão na praça do ciclista (na frente do banco, na verdade, pois a praça está interditada, de novo) e encontramos o resto lá no metrô Santa Cruz. Reencontrei “velhos” conhecidos e fiz novas amizades, que ficaram ainda mais estreitas no fim da aventura.
Apesar de várias paradinhas pelo caminho para “abastecimento” e manutenção das bikes, fomos embora numa boa, num bom ritmo. Clima meio frio, com um solzinho aparecendo depois, tudo conspirava para um passeio que prometia, e que ganhou um mascote, a Rosinha, a bonequinha de pano da Aninha.

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Bicicleta é um perigo aos usuários da ECO(?)vias – Foto: Ciclobr

Eis que nas margens da Imigrantes, a policia rodoviária tenta nos parar, sem sucesso. Numa segunda tentativa, conseguem, mas como o Márcio falou, implicaram por implicar, sem embasamento legal. Apesar disso, os dois soldados foram legais com a gente, estavam apenas cumprindo ordens do sargento mala mal-comido. A cena da policia fazendo o falso camburão e segurando o trânsito da Imigrantes (Imigrantes!!!) para cruzarmos a pista me encheu de orgulho!!! Teve direito até a cena cômica de um caminhão passando pela pista (trecho proibido) e os policiais gritando e entrando desesperados no carro e saindo cantando pneu atrás do caminhão, como se fôsse um fugitivo e como se eles fôssem os CHIPS.

fahrad
Segurando o tráfego para a travessia – Foto: fahrad

Depois disso, chegamos à entrada da estrada da manutenção. Um verdadeiro desafio de bike trial, BMX. Minha híbrida quase não aguentou e ainda fomos intimidados por um segurança de uma propriedade privada, de moto e com facão, quando estávamos entrando dentro da propriedade por culpa do André. Que, aliás, errou o caminho mais algumas vezes mais pra frente e nos fez subir muitos metros por sua nó-ceguice (hahaha). E ainda tivemos de ouvir do segurança, em uma moto, que estavam barrando ciclistas na estrada porque representávamos um problema ambiental!!!!

Aninha
Descendo a estrada de manutenção – Foto: Aninha

Depois do off-road, chega a hora do asfalto. Meu, que coisa é aquela. Parecia uma montanha russa gigantesca, no meio da serra. Descidas e mais descidas a altíssima velocidade, onde uma falha no freio significaria morte certa e resgate de corpo a centenas de metros abaixo. Também tinha várias subidas que acabaram com meu joelho, mas sobrevivemos e valeu a pena. Várias fotos no caminho, subi numa escadinha que não levava a lugar nenhum só pra ver a vista da coluna gigante da Imigrantes à altura, ouvindo o barulho dos carros que se arrastavam pela via enquanto nós estávamos lá embaixo, felizes, curtindo a vista e descansando. Depois, pausa dentro de um túnel-caverna e na cachoeira cheia de macumba. E a vista cada vez mais bonita.

Aninha
Concreto rasgando a paisagem – Foto: Aninha

No final, depois de sermos parados na entrada do parque, ainda tivemos de carregar bike barranco acima a pé e em cima do barro. Quase tomei vários capotes e a coisa ia ficar feia. Valeu a quem ajudou a segurar minha magrela-não-tão-magrela! E depois de um trecho ridículo de subida, finalmente chegamos, na reta que nos levaria a Santos. Nesse ponto, o Alexandre se despediu e foi para Itanhaém e seguimos adiante.

Depois de pedalar um pouco, ainda passamos por cima de uma ponte estaiada, essa que não proíbe ciclistas. Mais fotos! E comecei a sentir muita dor no joelho, de novo (amanhã vou tirar chapa dele pra ver se tá tudo certo).

Daí em diante, fômos só pedalando reto, em direção à cidade de Santos, que mais parecia fictícia, porque nunca chegava. O André foi rebocando a Aninha que não aguentava mais e mesmo assim o cara deixou todo mundo pra trás. Finalmente chegamos, depois de mais várias paradas. E nada de praia. Cruzamos a cidade inteira para ver a praia e não tinha! Passamos por uma ciclovia muito legal, com farol de bike até! Até que, depois de quase 90km… eis que surge o mítico oceano, que sempre esteve ali mas que para nós, paulistas (de nascença ou coração) é sempre algo de outro mundo. Chegamos lá com nossas pernas e forças! Mais uma fotinho mental para guardarmos conosco.

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Massa crítica na ponte estaiada do litoral – Foto: ciclobr

A Juliana, que até essa semana tava com medo da viagem, de não acompanhar a gente, deixou muito marmanjo pra trás e acabou com a bike novinha em folha dela! Asfalto seco, molhado, terra, cascalho e agora areia na coitada. Paramos numa barraquinha que não tinha Skol e comemos e bebemos um pouco enquanto o sol se punha e demos muita risada. Inclusive nos foi relatado que tinha um senhor (que disseram ser o sr. Marcio Campos – será?) que estava lavando a bunda na pia do banheiro. Realmente, deprimente e só podia acontecer num evento maluco desses.

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Finalmente, merecido descanso – Foto: ciclobr

Depois, só pedalamos mais um pouco até a rodoviária, onde os outros 9 pegaram o bumba pra capitar e eu sozinho pra Sum Bernardo. Depois que a galera saiu, tive que aguentar um nóia pedindo droga pra mim (que não acreditou quando eu falei que era careta! Tenho cara de tão drogado assim?) e o motorista do ônibus pediu pra eu soltar a roda da frente. Com dificuldade e sem jeito (nunca tinha soltado hehe) o fiz, entrei e dormi. Pouquissimo tempo depois, já tava na Anchieta, quase chegando. Tive um pequeno contratempo pra montar a bike porque não consegui montar o freio dianteiro e voltei só com o traseiro. E 100kms depois, estava em casa, às 20hs, são e salvo. Incrível, parecia que passaram semanas na companhia da galera.

Bom, é isso, desculpem pelo longo relato, mas na verdade, isso não passa uma fração da adrenalina e do prazer que senti no dia de hoje. Como disse o Márcio, quem perdeu, perdeu.

Um forte abraço suado e feliz pra todos vocês!!!!”

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Bicicletada (Critical Mass)

Provavelmente você conhece ou já ouviu falar da Bicicletada, a Massa Crítica brasileira.

Se não ouviu falar, entre em http://www.bicicletada.org agora! É informação obrigatória não apenas para quem é ciclista, mas para qualquer pessoa que se locomova, seja como fôr, na cidade.

Muito do conteúdo desse blog vai girar em torno da Bicicletada!