2ª Bicicletada do Grande ABC, em São Bernardo

Pessoal, não falei sobre como foi a Bicicletada em São Caetano no mês passado, mas foi muito legal. Mais de 30 pessoas participaram e deixamos nossa marca na cidade, com presença da mídia e tudo o mais. Prometo que colocarei as fotos, desculpem a falta de tempo 🙂

Agora, nesse sábado, 29/11, ocorrerá a 2ª Bicicletada do Grande ABC, essa edição em São Bernardo do Campo.

O ponto de encontro e partida é no paço municipal de São Bernardo, próximo ao mastro das bandeiras. Concentração às 09h00 e saída para passeio às 10h00.

Novamente, para quem é de SP, haverá um bonde saindo da praça do Ciclista (canteiro central da Paulista na altura da Consolação) pontualmente às 8h00 rumo ao ABC.

Vamos divulgar e aparecer!

Os animais salvam o planeta

Veja os outros vídeos dessa fantástica campanha do Animal Planet em http://animalssavetheplanet.com/.

1ª Bicicletada do Grande ABC. Finalmente!!

Olá, amigos!

Dia 25/10, sábado, ocorrerá a 1ª Bicicletada do Grande ABC.

Essa primeira edição ocorrerá em São Caetano do Sul, na Praça dos Estudantes (Av. Goiás com Manuel Coelho). Concentração às 09h00 e saída para passeio às 10h00.

Quem é do ABC, não pode perder! Vamos botar o prazer no meio das pernas e reinvindicar o que é nosso por direito, as ruas 🙂

PS: Se você é de São Paulo e quiser participar, haverá um bonde partindo da Praça do Ciclista (Paulista com Consolação) às 8 da manhã. E você pode voltar de trem, pois a estação fica pertinho.

Sobre a obra na Av. Vivaldi, em São Bernardo

(Esse texto foi enviado para a Secretaria de Transportes e Vias Públicas e a Unidade de Coordenacao do Programa de Transportes Urbanos de São Bernardo do Campo, além da imprensa regional)

https://i0.wp.com/images.pedaldriven.multiply.com/image/5/photos/9/1200x1200/41/P1030412.jpg
“§ 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de arte a serem construídas, deverá ser previsto passeio destinado à circulação dos pedestres, que não deverão, nessas condições, usar o acostamento.”

Codigo de Transito Brasileiro, Art. 68, parágrafo 5º.

 

Um dos projetos atuais de trânsito da Prefeitura de São Bernardo do Campo é o de reformar trechos da Av. Sen. Vergueiro e da Av. Vivaldi, no bairro Rudge Ramos, e manter mão única delas em sentidos opostos, para aliviar o trânsito da Av. Sen. Vergueiro.

As obras na Av. Vivaldi estão em estágio avançado e na Av. Sen. Vergueiro, apenas algumas calçadas foram feitas.

A Av. Vivaldi é uma via residencial, onde um lado inteiro é composto de domicílios. Jogar todo o fluxo principal de carros da Av. Sen. Vergueiro para lá, além de sobrecarregar a via e atrapalhar os moradores, irá colocar em perigo todos os pedestres. Sendo uma rua residencial, é necessário redobrar o cuidado com os pedestres, pois todos que saírem de suas casas já estarão quase no meio da via.

Porém, antes das obras, a Av. Vivaldi era uma via praticamente abandonada. Iluminação ineficiente ou ausente em vários trechos, pavimentação em péssimas condições e calçadas minúsculas, e muitas vezes com obstáculos no meio do passeio, o que forçava o pedestre a andar pela via.

Com a mudança de sentido e as obras para jogar o fluxo na via, o pavimento está sendo refeito e as calçadas reformadas. Porém, o tamanho das calçadas e os obstáculos no meio continuarão.

Um dos principais objetivos da UCP (Unidade de Coordenacao do Programa de Transportes Urbanos de SBC) é garantir a acessibilidade para deficientes. Porém, com o projeto atual, a acessibilidade continua completamente indisponível. Apesar das rampas, o cadeirante que passar por ela não vai ter espaço para empurrar sua cadeira na calçada por causa do tamanho estreito (que chega a ser de 60cm em alguns trechos) e dos postes que ficam no meio da passagem.

As fotos que se encontram nesse álbum foram tiradas no dia 1 de outubro de 2008 (quarta-feira), às 13h00:  

Fica claro que nem a Prefeitura, nem a Secretaria de Transportes e Vias Públicas e nem a UCP possuem algum tipo de estudo ou padronização do passeio público, como foi feito no município de São Paulo, onde existe, desde 2005, o Programa Passeio Livre, criado pela Prefeitura. Além do programa, foi aprovado o Decreto nº 45 904 que estabelece um novo padrão arquitetônico para as calçadas da cidade de São Paulo.

“Para organizar o passeio público, a Prefeitura definiu um novo padrão arquitetônico que divide as calçadas em faixas. As calçadas com até 2 metros de largura serão divididas em 02 faixas diferenciadas por textura ou cor e as com mais de 2,00 metros, em 03 faixas, também diferenciadas”

Para maiores detalhes sobre o padrão paulistano de calçadas, consulte a cartilha do Passeio Livre.

Não bastasse esse descaso com os pedestres e portadores de deficiência, a via ainda está sendo alargada. Partes do terreno onde ficam as torres da Eletropaulo estão sendo utilizados para alargar a pista. Nesse processo, a calçada e o muro foram destruídos, para ser reconstruídos. Seria o momento ideal de corrigir o péssimo planejamento das calçadas que estava sendo mantido. Porém, isso não está acontecendo. A calçada está sendo reconstruída e baseada no molde antigo. Ou seja, muito estreita, já difícil de uma pessoa passar e impossível de passar duas de uma vez ou alguém com uma cadeira de rodas, isso se não houver obstáculos no passeio, como placas de sinalização.

Outro problema grave é, se pensarmos que muitos dos ônibus que hoje trafegam pela Av. Sen. Vergueiro irão passar pela Av. Vivaldi, que não há espaço suficiente para a implantação de pontos de ônibus. A não ser que estejam pensando em utilizar postes para sinalização, o que de qualquer forma, irá atrapalhar o pedestre. E no caso de muitos embarques e desembarques na região, os passageiros não terão onde aguardar o ônibus e tampouco onde desembarcar.

Além do mais, hoje em dia uma das principais soluções propostas por orgãos competentes e outras prefeituras é o incentivo do uso de bicicleta como meio de transporte e a melhoria das condições de uso da mesma nas cidades. Municípios como São Paulo, Santo André, São Caetano do Sul, Mauá, Sorocaba, Santos e muitas outras saíram na frente e inauguraram projetos de incentivo, quilômetros de ciclovias, ciclofaixas, bicicletários e outras melhorias. Em São Paulo, é previsto por lei que toda e qualquer via nova ou reformada deverá ter acesso para bicicletas, seja na forma de ciclovias segregadas, ciclofaixas ou faixas compartilhadas.

Para exemplificar a importância do tema e a recepção dele pelas diversas cidades brasileiras, o Ministério das Cidades criou o Programa Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta – Bicicleta Brasil. Faça o download do livro aqui.

Essas obras executadas nessas duas avenidas já vão aumentar o número de faixas de carros com a transformação delas em mão única. Com a reforma do pavimento, seria o momento ideal de implantar ciclofaixas. Elas não consomem muito espaço e pouquíssima verba (apenas tinta para sinalização) para ser executada. Inclusive, em Sorocaba, fizeram a ciclovia na área das linhas de transmissão. O projeto deu tão certo que acabaram derrubando os muros e a área virou um grande parque. É uma idéia que poderia ser adotada na Av. Vivaldi, para não tomar espaço da pista.

Por falta de conhecimento dos moradores da região, muitas reclamações não chegaram a ser feitas. Porém, os moradores adquirindo conhecimento da situação e se mobilizando. Nós iremos exigir mudanças. Esses pontos aqui mostrados são urgentes e serão modificados em algum momento. Para não desperdiçar mais tempo e dinheiro público, então que seja corrigido agora, enquanto as obras ainda estão sendo feitas. A população vai fiscalizar e cobrar.

São Bernardo e a… bicicleta? Onde??

Esse texto foi enviado para a Secretaria de Transportes e Vias Públicas e a Unidade de Coordenacao do Programa de Transportes Urbanos de São Bernardo do Campo, além da imprensa regional.

Em um momento ambiental tão crítico como esse em que vivemos, onde praticamente todos os órgãos de governo, entidades e empresas têm em pauta objetivos de diminuir o impacto ambiental causado por suas atividades, temos vários municípios que estão desencorajando o uso do automóvel particular e incentivando o uso de alternativas não motorizadas como a bicicleta, além de melhorar o transporte público e o acesso para pedestres e deficientes.

Obras com esse intuito já são encontradas por todo o estado de São Paulo, por iniciativa do governo do estado, das prefeituras locais e de entidades relacionadas. Dentre elas, podemos destacar o programa Ciclista Cidadão, do governo do estado e do Consórcio Metropolitano de Transportes (CMT – Que engloba o Metrô, Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM e Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos – EMTU), ciclovias e ciclofaixas nas cidades de São Paulo, Santo André, São Caetano do Sul, Mauá, Sorocaba, Santos e muitas outras, bicicletários municipais e mantidos por empresas, sistema de integração da bicicleta com outros transportes públicos e sistemas de aluguel de bicicletas.

Para exemplificar a importância do tema e a recepção dele pelas diversas cidades brasileiras, o Ministério das Cidades criou o Programa Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta – Bicicleta Brasil. Faça o download do livro aqui.

Porém, nada disso é visto no município de São Bernardo do Campo, onde o único projeto do tipo é um bicicletário público e mantido pela EMTU (A prefeitura criou alguns bicicletários públicos, porém todos dentro de parques).

Na página de projetos realizados pela Secretaria de Transportes e Vias Públicas de SBC, dos projetos listados que foram executados desde 1997 até 2006, não há nenhum que mencione benefício ao usuário de bicicleta.

Os únicos itens que mencionam bicicletas no site inteiro da Secretaria de Transportes e Via Pública de São Bernardo do Campo são eventos ciclísticos esportivos. Em nenhum lugar, trata-se do assunto como um meio de transporte, tampouco mencionam projetos realizados em prol da bicicleta, tais quais ciclovias, ciclofaixas e bicicletários, que outras cidades próximas e mais afastadas já o fazem. Com esse plano arcaico de transportes, a cidade de São Bernardo do Campo, conhecida como “a capital do automóvel”, faz jus ao seu nome, ao privilegiar exclusivamente o transporte motorizado individual, que cerca de apenas 30% da população tem acesso, e assume sua condição de cidade obsoleta, em relação às mudanças que as cidades ao seu redor estão promovendo.

Estudos e projetos (como o desafio intermodal, realizado por várias cidades) comprovam que a bicicleta é um meio de transporte muito eficiente, de baixo custo, não poluente e uma das principais soluções para a diminuição do trânsito nas grandes cidades. Minha recomendação é que o município de São Bernardo do Campo comece a dar ao assunto a importância que ele merece, pois há dezenas de milhares de usuários na região que, pelo descaso das autoridades, é tratado com descaso também pelos motoristas e corre riscos de acidentes.

Recomendo a leitura de sites como o Apocalipse Motorizado, que há muitos anos, fiscaliza ações como o privilégio à classe motorizada da sociedade e o abandono daqueles que mais necessitam, assim como incentiva as ações adequadas iniciadas durante o período nas grandes cidades.

Espero, como cicloativista, munícipe e cidadão, que essa situação comece a mudar imediatamente.

Será que sou eu o louco?

Pedalante

Foto: Pedalante

 

Para todos meus amigos que me acham louco por eu utilizar a bicicleta como meio de transporte principal e de ir pra todo lugar (São Paulo, ABC inteiro, viagens, saindo de São Bernardo) com minha bike, segue abaixo uma matéria em vídeo realizada pela ESPN Brasil sobre o desafio intermodal, realizado em São Paulo, na sexta-, 19 de setembro.

http://espnbrasil1.terra.com.br/planetaexpn/player.aspx?id_programa=444&id_video=1723&vercolunista=2

(copie o link e veja no seu navegador)

O desafio intermodal é uma brincadeira que consiste em comparar o tempo que as pessoas levam para sair do mesmo lugar e chegar ao mesmo destino durante a hora do rush, utilizando todo tipo de veículos.

Nesse ano, o percurso foi saindo às 18hs da Praça Gal Gentil Falcão, na Berrini, com chegada no prédio da Prefeitura, no Anhangabaú.

Segue abaixo a tabela de classificação do desafio:

 

 

 

Modal Tempo – 2008 Tempo – 2007 Tempo – 2006
1º. Bicicleta por ruas tranquilas – Homem 36 min 43 min
2º. Bicicleta por vias rápidas – Homem 42 min 37 min
3º. Bicicleta por vias rápidas – Mulher 42 min 52 min
4º. Bicicleta por ruas tranquilas – Mulher 49 min 48 min
5º. Bicicleta dobrável + ônibus 59 min 55 min
6º. Motocicleta 1h04 min 44 min 44 min
7º. Trem + Metrô 1h41 min 1h21 min 1h23 min
8º. Ônibus 1h51 min 1h16 min 1h06 min
9º. Carro 1h51 min 48 min 1h16 min
10º. A pé 2h13 min 1h49 min
11º. Bicicleta dobrável + Metrô 2h21 min 53 min
12º. Ônibus + Metrô 2h40 min 1h50 min 1h39 min


Conclusões:

  • Os cinco primeiros lugares utilizam a bicicleta. Chegaram na frente até da motocicleta.
     
  • Os quatro primeiros colocados são modalidades gratuitas (você não paga para ter de usar a bicicleta), além de não poluir o meio ambiente.  

  • De 12 modalidades possíveis, o carro chegou em 9º lugar, mais rápido apenas do que caminhando a pé e transportes com cambiação de veículos.  

  • A pessoa caminhando levou apenas 22 minutos a mais que o carro para chegar à mesma distância de cerca de 10km. Isso prova que, em uma cidade com um trânsito caótico, de que não adianta veículo motorizado de alta velocidade se ele não sai do lugar.

Será realmente loucura utilizar um veículo muito barato e que não precisa combustível, não paga IPVA, estacionamento e não recebe multa para ir ao trabalho, à escola, ao mercado, visitar amigos ou apenas se divertir, um veículo que não polui e nem agride o meio ambiente, que não coloca em risco a vida de pessoas (motoristas, pedestres e outros ciclistas)?

Em países do primeiro mundo, a bicicleta é o veículo de escolha da maioria da população, independente de classe social ou localidade. Uma pessoa em cima de uma pessoa não é uma pessoa rica ou pobre, não é chique ou careta, é apenas… uma pessoa.

Na bicicleta, somos todos iguais, e não somos rostos sem expressões escondidos por um vidro fumê. Nós fazemos parte da paisagem, somos as pessoas que vivem na cidade. Interagimos com outras pessoas e não estamos nos sentimos ameaçados por qualquer pessoa que passe do lado de nosso veículo. Pelo contrário, adoramos dar bom dia e conversar com o próximo. Isso nos faz sentirmos mais alegres, termos um melhor dia e ajudar a outra pessoa a também ter um. Ao contrário de quem fica preso por horas no trânsito dentro da bolha que é o carro, estressado, gritando, buzinando e xingando todos que apareçam em sua frente, enquanto respira um ar mais poluído do que o ar externo.

Pense nisso, quando você estiver preso no engarramento e quando vir um ciclista feliz, passando por você. Pense sobre quem é, na verdade, o louco.

(Em tempo – Vários governos de estados e prefeituras estão incentivando e investindo pesado no uso da bicicleta. Em SP, por exemplo, várias ciclovias e ciclofaixas exclusivas estão sendo preparadas e inauguradas, bicicletários e o metrô agora vai disponibilizar bicicletas para qualquer pessoa gratuitamente por um período de tempo curto e pago se extender, além de liberar a entrada com bike no metrô durante os dias de semana à noite e finais de semana durante o dia todo. Usar bicicleta na cidade é viável – a única coisa que precisa para o ciclista ter segurança é respeito de quem usa um veículo motorizado de 1 tonelada. Experimente você também, deixar o carro pra usar a bicicletada só vai te fazer bem.)

PS: A Marta falou hoje que é loucura incentivar a bicicleta em São Paulo sem a cidade ter “condições” para a bicicleta. Ué, o que ela fez, enquanto prefeita, para dar condições ao uso da bike? E outra, a única “condição” que se precisa pra usar a bicicleta com segurança é o respeito do motorista. O resto existe só para contornar esse problema, a falta de educação no trânsito.

Bicicletada de aniversário de 6 anos

Sexta-feira, dia feliz por natureza… dia de bicicletada, melhor ainda! E aniversário da Bicicletada então, nem se fala… e com bonde saindo pra Curitiba então, melhor impossível 🙂

Foi uma das maiores, se não a maior Bicicletada de São Paulo até hoje. Tinha fácil mais de 300 pessoas lá. E várias novidades, como as faixas pra contenção de carros e a inauguração da tão aguardada bicicleta sonora.

Antes do pedal, teve parabéns pra você, bexiguinhas e tudo o mais… muita gente nova, crianças, cachorros! Teve até um discurso rápido da Soninha, que foi pedalar com a gente e convocou os ciclistas a lhe acompanharem quinta até a Band, onde iria ocorrer o debate dos candidatos à prefeitura.

Na hora de escolher o trajeto, foi votado um com várias subidas, mas que permitira que passássemos na frente do prédio do médico pneumologista que foi impedido de estacionar sua bicicleta em seu apartamento. E lá fomos nós… mais de 300 bicicletas “buzinando”, batendo palmas e cantando na frente do prédio, chamando a síndica… “libera a bicicleta! Libera a bicicleta!” Uma cena realmente emocionante. E a síndica apareceu, conversou com a gente… e tivemos a notícia que o médico conseguiu uma audiência com ela e que os moradores estão do lado dele! Mais uma vitória da bicicleta 🙂

Depois disso, fomos até a Sé, onde já virou tradição darmos a volta de bike no marco zero e fazermos massa crítica nas escadarias da catedral. Ver essa cena se repetir com tantas pessoas fica ainda mais bonito de se ver, especialmente ao som de “Invasão das Bicicletas” do grande Plá!

No geral, o percurso, com o número de participantes que tivemos, foi bem tranquilo. Tivemos uns probleminhas, como carros tentando atropelar a massa, gente com problemas nas bikes, pessoas que ficaram pra trás nas subidas, mas no geral, a massa se comportou muito bem, todos empenhados em mantê-la unida, se prontificando a segurar os carros nos cruzamentos, a segurar as faixas… uma grande família.

Na volta, boa parte do pessoal foi embora e alguns ficaram… comeram a torta de banana da Evelyn e cinco pizzas. E logo depois, chega o bumba… quem vai pra Curitiba? Matéria para o próximo post 😀

Pedal de quinta-feira, pré-Bicicletada

Mais uma semana com a galera ativíssima, querendo pedalar todos os dias. Fiquei vários dias sem ir (morar em São Bernardo e cheio de trabalho atrasado não ajuda muito 😦 ). Daí na quinta, o pessoal além de querer pedalar, ia pegar a Juliana, de Floripa, que ia pra Bicicletada e pra Curitiba com a gente. Ela ia desembarcar no Tietê. Aproveitando a deixa, eu ia pegar emprestado com o Toni a bicicleta dobrável dele, pra ir fazendo meu test-drive, já que estou querendo comprar uma pra mim. E era uma boa oportunidade pra levar pra SP as faixas que eu mandei fazer, porque no dia, de bike, ia ficar complicado de carregar.

Encontrei com ele à noite no metrô, onde ele me ensinou a dobrar e carregar a bichinha. Mas mesmo sendo dobrável, que peso! Carregar as faixas em uma mão e a bike na outra subindo as escadas não foi tarefa das mais fáceis…

Acabei desistindo e a Evelyn me encontrou no caminho. Ela me ajudou a carregar as faixas e eu montei a bike de novo e fui empurrando, até a casa dela. De lá, ela pegou a bike dela e fomos pedalando até a casa do Daniel Haase, na Vl. Mariana, onde a galera já estava esperando a gente.

Chegando lá, vimos a bike de som prontinha, funcionando… tava muito, muito legal! E ainda conhecemos a “oficina de arte” dele, onde ele faz seus stencils, suas camisetas, bandeirinhas… todos ficaram maravilhados e quiseram também fazer algumas bandeiras 😀

Enquanto isso, tentávamos falar com a Ju, mas nada… daí conseguimos falar com o Thiago, que já estava com ela na casa dele. Daí saímos pra buscá-la pra uma pedalada rápida, pra ela ir se acostumando com os terrenos de São Paulo… 😀

Lá, finalmente o vimos novamente, já que ele tinha ficado um tempão fora do Brasil. Ele emprestou uma bike pra Ju e saímos de lá, em direção à frutaria. No caminho, um monte de gente já tinha ido embora, então não eramos muitos… paramos na praça do ciclista pra acompanhar as obras. Será que ficaria pronto até o dia seguinte, dia da Bicicletada? Uma coisa que preocupava era as muretas que separavam a praça da pista lá embaixo… como a calçada subiu muito, a mureta tava muito baixa e perigosa.

Saímos de lá, mas no meio do caminho, a galera se separou de novo. Como já tava meio tarde e todos trabalhavam de manhã, o pessoal não quis arriscar de ficar sonolento na bicicletada e cada um seguiu seu caminho… 🙂

Carta aberta aos motoristas

Olá, motorista. Tudo bem? Eu sou o ciclista.

Aquele cara que você vê na beirada da pista e comenta “que cara estranho”. Aquele que você sempre passa raspando quando o ultrapassa a 60 km/h e é ultrapassado de volta quando você fica parado no farol.

Aquele de capacete engraçado. Pois é, também não gosto dele, mas esse capacete esquisito é minha única proteção no caso de você encostar seu bólido de 800kg em minha bicicleta de 15kg e me derrubar. Cair de cabeça no asfalto dói, e muito…

Eu venho em missão de paz. Talvez você não goste de mim, ou simplesmente não saiba quem eu sou e me veja como um estranho. A tendência natural do homem é de oprimir o que é estranho, então por isso que eu venho me apresentar.

Eu sou seu amigo. Não precisa ter medo e nem raiva de mim. Eu não estou na rua pra atrapalhar seu caminho, tampouco roubar espaço de você. Muito pelo contrário, eu ocupo muito menos espaço que um carro!

Muitas vezes gritam comigo falando para eu ir pedalar na calçada. Mas eu não posso ir pra lá,  pois lugar de veículo é na rua, , conforme descrito no Código de Trânsito Brasileiro! Aliás, eu adoraria muito pedalar longe de seu carro e zelar pela minha segurança, mas infelizmente, na região, não há locais onde eu possa conduzir minha bike longe de seu veículo, apesar de, por lei, estar decretado que deveria haver espaço para que as bicicletas pudessem circular livremente e em segurança. Então, por isso, devemos compartilhar as ruas, que é de direito tanto seu quanto meu de usarmos.

Se você me ver na sua frente, não precisa buzinar ou xingar, porque não estamos fazendo nada, apenas seguindo nosso destino. Pelo contrário, cumprimente, dê bom dia, peça passagem… eu sou bastante educado e cordial, com certeza eu abrirei espaço para que você possa me ultrapassar e seguir sua viagem.

É só isso que eu queria dizer. Apenas lembre-se que eu sou um carro a menos na sua frente, jogando fumaça na sua cara, roncando motor e buzinando. Quando me ver pedalando do seu lado, lembre-se que não sou um ser de outra espécie. Eu sou um ser humano indo pro trabalho, pra escola, visitar minha mãe, indo me divertir… assim como você.

Aliás, fica aqui meu convite. Experimente trocar, pelo menos uma vez, o isolamento de sua bolha metálica que você chama de carro pela aventura de sentir o ar na sua cara, de se integrar à cidade, de fazer bem à seu corpo e sua mente que é andar de bicicleta. Deixe de ser mais um rosto escondido por trás do pára-brisa e vire uma pessoa na rua, com um sorriso na cara. Deixe seu motormóvel (veículo dependente de um mecanismo não-sustentável para se locomover) e experimente o verdadeiro automóvel (veículo que só depende de você). Sinta a magia de percorrer grandes distâncias sabendo que você chegou lá apenas com o impulso de suas próprias pernas. Eu garanto, é algo mágico que você nunca vai esquecer.

Um abração!!!

O ciclista

Pedalar em São Paulo é viável

Como muitos devem ter visto, hoje teve o primeiro debate dos candidatos à prefeitura de São Paulo na Band.

Um dos eventos mais interessantes foi a chegada da candidata Soninha Francine (PPS), que chegou “escoltada” por vários ciclistas, a maior parte deles integrantes da Bicicletada. Atitude elogiada inclusive pela ex-prefeita, Marta Suplicy.

Porém quebrar paradigmas é difícil. Quando o assunto foi comentado pelo candidato Ivan Valente (PSOL),  ele atacou a proposta da Soninha dizendo que bicicleta não é solução e que São Paulo precisa investir no transporte sobre trilhos. Para apoiar uma boa alternativa, ele descartou outra excelente, infelizmente.

Sou completamente a favor do transporte sobre trilhos. A região metropolitana carece de um transporte decente, de qualidade, com maior alcance, seguindo os moldes europeus. Porém, isso não tira a importância da bicicleta e muito menos dos cuidados que os mais de 300 mil usuários atuais da bike precisam para não correr riscos de morte durante suas viagens.

Ainda questionaram assuntos míticos como a topografia da cidade, bem acidentada. Para responder a esse assunto, colo um trecho de um texto da própria Soninha, após pedalar conosco na Bicicletada dessa última sexta-feira:

“Ontem fui à Bicicletada. Provando, entre outras coisas, que não precisa ser atleta para se locomover de bicicleta por aí. Veja o meu caso: 40 anos (a um mês dos 41), sedentária (meu grande exercício é subir escada, porque não tenho saco pra esperar elevador), pedalo uma vez por semana e uma distância curta (casa-trabalho). Mas ontem eu fui da Câmara até a Praça do Ciclista na Paulista (subindo a Augusta), depois bicicletamos pela Haddock Lobo, Estados Unidos, Cristiano Viana; subimos a Teodoro, pegamos Doutor Arnaldo e Paulista, descemos a Vergueiro, Liberdade e fomos (uns cento e poucos, a essa altura) circular em volta do Marco Zero, felizes da vida, e tirar foto nas escadarias da catedral da Sé. Seguimos até o Largo São Bento, São João, Ipiranga e São Luis. Eu voltei pra Câmara e o pessoal subiu a Consolação; uma turma ia pegar um ônibus para participar da Bicicletada em Curitiba!

Eu estava tão bem, tão sem cansaço, que poderia ter pedalado mais uma hora numa boa (foram quase três). E acordei hoje sem um vestígio de dor.”

Fonte: Blog da Soninha

Soninha em sua Dahon

Soninha em sua Dahon

Perceberam? Uma mulher de 40 anos, de porte físico comum, que não pratica atividade física freqüentemente, pedalando mais de 20km com uma bicicleta de baixa performance (uma Dahon Curve), encarando várias subidas (Augusta, Teodoro Sampaio)… disse que conseguiu numa boa e ainda topava mais.

Quem diz que não dá pra andar de bicicleta em São Paulo não sabe do que está falando. Provavelmente nunca andou e tem medo. Aliás, isso só prova que a Soninha sabe do que está falando e não está sendo pragmática como alguns outros.

Se você também tem medo, faça como a Soninha e vem pedalar com a gente… perca o medo, seus preconceitos e se apaixone! Só vai fazer bem para você, eu garanto 🙂